sexta-feira, 29 de agosto de 2008

De tempos pra cá assombra-me o medo de não ter pra onde ir, em que acreditar, o medo de jamais ter um colo pra repousar, idéias pra defender, coletivos pra estar, espaços pra abrir. Ando distante do porvir, mas o presente faz-se tão potente, quase esmagador. As contas explodindo ao redor, a casa cada vez menor, o ar sai, fico muda, asfixiada, dentro da minha própria casa.
Fico triste, quase todo o dia, quase todo o tempo. Triste porque quem eu sou não me basta e sinto-me culpada por não bastar-me ser quem sou. Queria o mundo. Viajar ao redor do mundo, estar em lugares outros, com pessoas outras ou as mesmas daqui.
Não quero casar, quero sentir vontade de amar de novo. Não quero dormir, quero sonhar todos aqueles sonhos de antes, não quero uma casa, quero um lar, um lugar pra estar, pra ser acolhida, amada e amar.
Não quero produtos, resultados, quero processos intensos, significativos, tocantes que me movam daqui, do lugar em que estou.

2 comentários:

Bruno César Lopes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno César Lopes disse...

Claudia!!!!
Não sabia que você tinha esse blog!
Que máximo, adorei!
Sobre seu texto, me sinto assim quase todo dia...
É mal de artista?
Seu texto me lembrou muito os da Clarice Lispector, intenso e voraz!
Beijos!!!

Bruno César (Humbalada)
www.ciahumbalada.zip.net