quinta-feira, 3 de maio de 2007

Um Ano


De fato o casco do acaso tocou-me.

Presenteei-me com a escolha de um filho. Claro! Nascido do Acaso. Tal acaso do amor.

Sem amargo no gosto da boca declaro-me feliz com as escolhas. Mesmo que as escolhas sejam um acaso.

Possuo um pequeno, tão pequeno, mas tão pouco frágil, abraça-me mesmo que eu não queira, me belisca, mesmo que eu sofra, choraminga mesmo quando nada quer.

Bobos aqueles que não querem bebês. Entendo as contas. Tenho todas numa gaveta lá em casa. Coloco etiquetas e tudo. Mas, fora as contas, tenho muitas coisas pra contar sobre ser mãe. É esquisito engravidar, mas é fato potente, muda tudo. É quase como se o mundo mudasse de cores. Não digo que as vezes não dê vontade de fugir e desistir. Tenho essa vontade o tempo todo, mas basta um olhar ( dele) especial que tudo em mim se rearranja , eu cresço, amadureço, viro gente. É isso, com ele sinto-me gente. Sinto-me humana. Sinto-me geradora de algo. Largo das bobagens infantis e tomo decisões. Depois percebo-me girando no chão com ele e brincando de emitir sons absurdos. Tudo tão bobo, tudo tão frágil, tão efêmero e mesmo assim ele gosta. Mesmo assim, ele sorri. Como dizer que não sou feliz? Que as contas se explodam, que os carros (batidos) saiam voando, que as responsabilidades virem fumaça, o que tenho me basta, e hoje eu e Luan comemoramos um ano de vida feliz. 03 de maio de 2007.